A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tentou mais uma vez pintar sua campanha de verde. Nesta quarta-feira (20), no Hotel Nacional, em Brasília, ela assinou o documento “Compromissos de Dilma com o Meio Ambiente”, no qual se compromete a fazer do assunto prioridade do governo, caso seja eleita. Mas ativistas do Greenpeace consideraram o documento vago. Sem rodeios, ofereceram uma caneta à candidata e abriram um banner com uma pergunta direta: “Dilma, desmatamento zero e lei de renováveis: você assina embaixo?”
Dilma não assinou, apesar dos conselhos para assinar vindos de Pedro Ivo, assessor de Marina Silva, e do deputado Sarney Filho, ambos do PV e que tinham acabado de declarar apoio à candidata do PT. Irritada, bateu boca com as ativistas do Greenpeace, mas evitou que militantes exaltados partissem para a agressão física.
A candidata se comprometeu com o veto a anistia de desmatadores e com a redução de áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal, propostas de seu companheiro de coligação Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para mudar o Código Florestal. Também afirma que cumprirá as metas de redução de emissão de gases-estufa, assumidas pelo presidente Lula no fim do ano passado na Conferência do Clima.
Porém, ao não assinar, ela contradiz o que ela disse no mesmo local: tolerância zero para desmatador. Agora o Greenpeace espera que a contradição se transforme em afirmação pró-floresta.
“Não queremos um presidente que seja ambientalista desde criancinha, mas que assuma o compromisso e diga com clareza como vai pôr um fim no desmatamento e dar ao país o máximo de participação das energias renováveis em sua matriz energética”, disse Sergio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace. “Essas são apenas duas das principais demandas que o Brasil tem para sair na frente e se tornar uma potência verde no futuro. Vocação nós já temos.”
A ação dos ativistas faz parte da campanha “Vote por um Brasil mais verde e mais limpo”, iniciada este mês pela organização. Diante da apatia dos candidatos em relação aos temas ambientais, o Greenpeace resolveu pedir uma posição mais clara de Dilma Roussef e José Serra (PSDB). Por meio de uma petição online, em uma semana mais de 10 mil pessoas perguntaram aos dois como eles vão garantir que as árvores parem de cair na Amazônia e que fontes limpas como o Sol e o vento entrem de vez na matriz energética do país.
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