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segunda-feira, 14 de março de 2011

A energia do apocalipse


Investir em usinas nucleares sempre foi arriscado. O que acontece agora no Japão é só mais um exemplo do perigo que a insistência de governos pode causar à humanidade 

Usina Nuclear de Kashiwazaki Kariwa


     
Pouco mais de 24 horas após o anúncio do vazamento radioativo na usina nuclear de Fukushima, o balanço dos fatos já assusta. Mais de 210 mil moradores da região onde fica a planta tiveram que ser evacuados e outros 160 estão sendo mantidos em quarentena pelas autoridades, que receiam o risco de contaminação por radiação. Ninguém escapa, crianças, adultos, idosos, animais, plantas. Tudo e todos que estavam ao redor da usina correm o risco de serem afetados pelo vazamento. Isso por que, segundo informações anunciadas pelo governo japonês, a usina não foi planejada para aguentar tremores superiores a 7,9 graus na escala Richter, bem abaixo da intensidade do terremoto que atingiu o Japão, que foi revista hoje para 9 graus.    

As consequências podem ser devastadoras. "O impacto da liberação de radiação ao meio ambiente não impacta apenas a população diretamente afetada na área. A radioatividade perdura por várias gerações, tanto em organismos humanos, quanto em terras que deixam de produzir alimentos ou servir de moradia a populações, como foi o caso em Chernobyl", disse o responsável pela campanha de energia do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo.

Em reportagem publicada no jornal americano New York Times, especialistas já haviam alertado que a usina não estava funcionando adequadamente logo em seguida ao terremoto. A reportagem relata que quantidades de césio foram detectadas, uma indicação clara de que o combustível que alimenta a planta já estava danificado.

Apesar disso, as autoridades se mantiveram inertes por horas até ordenarem a evacuação da área. Horas essas valiosas para a vida de milhares de pessoas. Para Baitelo, a falta de informações claras das autoridades é um dos principais problemas num caso como esse. "As informações que chegam das autoridades são desencontradas. Percebe-se clara falta de transparência quando o governo japonês diz que a situação está sob controle, quando na verdade ainda há um risco ainda iminente de derretimento do núcleo de dois reatores e a probabilidade de mais vapores radiotivos serem liberados ao meio ambiente para o controle da temperatura dos reatores".

No Brasil, apesar de termos "apenas" duas usinas - número irrisório se comparado ao Japão, que possui 55 plantas - o problema não é diferente. Transparência é palavra rara no vocabulário dos administradores do complexo nuclear brasileiro, que não assumem a responsabilidade, por exemplo, da contaminação provocada pela mina de urânio de Caetité. Por aqui a fiscalização e a regulação do setor nuclear cabem ao mesmo órgão, o Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), trazendo uma série de contradições entre o desenvolvimento dessas atividades e a garantia da segurança das operações. "A contradicao é que o mesmo setor que promove atividades nucleares e que quer se expandir é aquele que tem que fiscalizar e coibir atividades ilegais e infrações, o que obviamente acaba nunca acontecendo", afirma Baitelo.

Ainda assim o governo brasileiro planeja construir oito novas usinas nos próximos 20 anos. E como se não bastasse, o ilustríssimo ministro de Minas e Energia Edson Lobão, junto com a Eletronuclear, tem ambições ainda maiores: a divulgação de um estudo com 40 locais que poderiam receber plantas nucleares. Para especialistas, está mais do que provado que o Brasil não precisa conviver com os riscos da energia nuclear.

Mais risco

As últimas informações divulgadas pelo governo japonês mostram que o receio de uma tragédia nuclear de proporções ainda maiores está longe de ser resolvido. Segundo a Folha de S. Paulo, outras duas usinas apresentaram problemas em seus sistemas de refrigeração, o que aumenta as chances de novos vazamentos radioativos ocorrerem. De acordo com anúncio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), as plantas de Tokai e Onagawa estão recebendo atenção especial de técnicos que tentam esfriar com água do mar os reatores superaquecidos, o que é considerado por estudiosos um ato de desespero. "A situação se tornou tão crítica que não tem mais, ao que parece, a capacidade de fazer ingressar água doce para resfriar o reator e estabilizá-lo, e agora, como recurso último e extremo, recorrem à água do mar", disse Robert Alvarez, especialista em desarmamento nuclear do Instituto de Estudos Políticos de Washington. 



 E se o recurso "último e extremo" não for suficiente para manter a situação sob controle? E se outro vazamento radioativo acontecer? O resultado já pode ser visto agora: populações inteiras sendo deslocadas, inocentes correndo o risco de contaminação. Investir em usinas nucleares sempre foi perigoso e o que acontece agora no Japão é só mais um exemplo do que a insistência dos governos pode causar à humanidade. "Infelizmente estamos vivendo mais uma prova real de que a energia nuclear é uma fonte extremamente perigosa, capaz de impactar a vida de milhares de pessoas", disse Baitelo.

FONTE: Greenpeace

6 comentários:

Anônimo disse...

Olha, Hugo! Acho que a atividade humana como um todo causa danos, em maior ou menor grau. Concordo que a energia nuclear é a que oferece mais riscos em potencial. Mas, não condeno cientistas acreditarem em uma fonte de energia inesgotável e renovável (hidrogênio) para fornecer energia e proporcionar avanços na medicina e outras áreas.

Veja você: se o terremoto de 9.0 graus tivesse alvejado as represas de hidrelétricas próximas a Grande SP, quantos milhões de pessoas não estariam em risco iminente de vida, com as rupturas das barragens?? E a energia hidrelétrica não é de menor impacto ambiental, dentre as mais usadas??

Acho que tudo é relativo! Isso que aconteceu no Japão foi um desastre NATURAL, e tenho certeza que os engenheiros japoneses (diferentes dos brasileiros de Belo Monte) projetaram aquelas usinas com maior esmero e cuidado com eventuais perigos.

Abçs!

audiencia da tv disse...

ola hugo passando aqui pra dizer que adorei seu blog e que virei seu seguidor se quiser seguir o meu agradeço
tenha um bom dia abraços e sucesosss
http://audienciadatvrealtimes.blogspot.com/

Mauro Brondani disse...

É um tema polêmico que abrange diversas opiniões,no meu caso sou contra esse tipo de energia,existe várias alternativas como por exemplo a eólica ,aqui no RGS já foi implantado na cidade de osório e existem mais projetos para outras cidades!!!
valeuuu..
abçsss!

Helena Rezende disse...

Parabéns, Hugo!
É isso aí, diga não à ENERGIA NUCLEAR. Temos energias alternativas maravilhosas que só fazem o bem para a humanidade.
Agora já sou sua seguidora e como você também sou blogueira ecologista, quando puder, será um prazer tê-lo no meu blog: http://vamossalvarnossoplaneta.blogspot.com
Boa sorte,
Helena Rezende

Anônimo disse...

Olá, Hugo! Excelente o post, não tinha lido nada a respeito ainda...
Acabo de visitar o blog e já o estou seguindo.
Te espero no meu blog, combinado?
Paz e bem!
Lu (http://tende-animo.blogspot.com/)

Alex Matheus disse...

Oi meu nome é Alex Matheus eu estou te visitando gostei muito do seu Blog é maravilhoso esto seguindo vc espero que me siga para podermos trocar noticias
http://piadasemfamilia.blogspot.com

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